sábado, 13 de dezembro de 2014

Ler sobre escrever

Há tempos escrevi um magnífico post acerca dos hábitos de ler e escrever (*clears throat* não é nada modesta), um simples aparte de como ler livros de ficção me ajudava a entrar no espírito da escrita. Continuo fiel ao que escrevi: ajuda. Mas sabem o que ajuda ainda mais?

Ler sobre escrever.

Sombras foi um livro que demorou bastante tempo a ser desenvolvido para chegar ao produto final. Primeiro veio a imagem que já expliquei como surgiu, descobrir de onde essa imagem vinha, descobrir qual o melhor cenário que podia dar vida à minha história e criar todas aquelas personagens com distintos backgrounds e personalidades – é verdade que baseá-los de certa forma em pessoas verídicas ajudou imenso… mas mesmo assim (ohhh… o que eu fui dizer! Para todos os meus conhecidos que lêem este blog: pessoal, boa sorte agora a descobrir o quem é quem das personagens). 

Antes de ter aquilo a que eu me sentia confortável em chamar “primeiro rascunho”, o meu livro de apontamentos estava repleto de rabiscos e rascunhos  e frases de uma linha para descrever cenas por escrever para mais tarde ser incluir na história. 

Isto tudo até ter descoberto Veronica Roth, a minha musa nos conselhos sobre escrita. Porque me refiro a ela mais uma vez? Devem-se estar todos a perguntar. A internet está cheia de conselhos de outros escritores, de melhor renome que ela, porquê esta escolha peculiar? Primeiro, tem haver com o facto de ter gostado imenso da trilogia Divergente; isso fez com que me sentisse curiosa em cuscar o blog dela à procura de novidades sumarentas. E segundo, a sua escrita no blog; é informal, é impessoal, mas é de fácil leitura. Tal como já expliquei neste post: escrever já é um processo árduo, a última coisa que eu quero é ter de decifrar as palavras de um escritor presunçoso que gosta de escrever tudo floreado quando eu estou à procura de algo técnico e directo ao assunto.

Mas foi no blog de Veronica que descobri a minha inspiração. Creio que já disse: cada vez que me sentia menos inspirada para escrever, quando estava num daqueles dias em que Stephen King me colocaria na categoria de amador  “status: à espera de inspiração”, sentava-me a ler os conselhos dela e cinco minutos depois a vontade de colocar esses conselhos em prática estava de volta.

É por isso que os meus auto-presentes de natal deste ano foram livros sobre escrita para poder melhorar o meu “não tão bom” primeiro rascunho da sequela de Sombras.

Eu não conheço a vossa opinião enquanto leitores ou escritores, mas se são daqueles que acham que a tendência para escrita é algo com que se nasce e que não se aprende, eu gostaria de ler os vossos trabalhos e poder julgar como cresceram desde que começaram. Eu posso garantir por experiência própria que o livro que terminei aos quinze (algo que nunca será visto aos olhos do público pois não desejo cometer suicídio de carreira quando ainda agora comecei) não se compara a Sombras em termos de qualidade. É óbvio que a minha própria maturidade e prática contribui para tal, mas a muito devo à auto-aprendizagem que fiz sobre o assunto. Não é à toa que existem cursos de escrita criativa, e apesar de nunca ter feito nenhum acredito que são úteis. 

Alguns escritores nascem com os deuses da escrita a sorrir-lhes, mas para os pobres infelizes que não tiveram tal sorte resta seguir o caminho mais difícil e marrar nos livros.