quarta-feira, 25 de setembro de 2013

50 Dicas Para Escrever Melhor - Dica Nº7


Esta publicação foi transferida para o meu site novo: www.patricia-morais.com

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Revisão: Dia Três

Considerando que realmente todos fizemos a parte um e parte dois, e não houve batotices como saltar capítulos ou passar logo para a parte dois, aqui vai a terceira parte do conselho de Roth.

Agora que os problemas gerais estão todos resolvidos, o que resta é
- Editar a voz
- Ter a certeza que as conversas de grupo não são confusas
- Checar se não existe outros parágrafos confusos e as pequenas coisinhas.

E para isso temos o período de reflexão. Rever o rascunho inteiro enquanto, se vai corrigindo estas pequenas coisas. Este processo é muito mais benéfico se leres lentamente o rascunho, ao invés de passares só com os olhos.

Algumas dicas:
1.    1-Força-te a ler lentamente. Cria objectivos como “Vou só ler um capítulo por hora, e vou apenas trabalhar X horas por dia”.
    
      2-Se começares a ver que estás a apressar-te ou irritada com o processo, PÁRA durante o resto do dia. Tu queres ser cuidadoso/a, pensativo/a, e meticuloso/a. Se não conseguires fazer isso num certo dia, coloca o rascunho de parte e faz outra coisa qualquer. Lê um livro! Trabalha noutra coisa qualquer! Dá uma pausa ao teu cérebro e volta no dia a seguir.
    
     3-Mantém um caderno de apontamentos por perto. Existem partes do rascunho que te podem fazer lembrar de outras partes que precisam de edição. Se andares para trás e para a frente nas edições perdes a linha da história. Mais fácil será se escreveres anotações e editares apenas quando chegares a essa parte.
  
   4-Imprime. Edições em papel pode ser uma boa maneira para te obrigar a ler lentamente (os meus professores aconselham) e não passar rapidamente os olhos pelas palavras como acontece no ecrã. Também é engraçado teres um molho de papeis e dizeres às pessoas “EU ESCREVI ISTO” (vou tentar)
   
     5-Lê as parte mais difíceis em voz alta. Vai ajudar. Irás reparar em frases estranhas ou inconsistências muito mais facilmente.
   
     6-Decide te um bom plano de “input”. O bom de imprimires o rascunho é que podes fazer notas logo no papel, mas eventualmente ele vais precisar de ser modificado no actual documento word. Esta parte pode ser um bocado aborrecida. O plano dela é deixar tempo todos os dias para fazer as mudanças, em vez de fazer tudo de uma vez. Mas se conseguires fazer tudo num dia inteiro, ainda melhor. O que funcionar melhor.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Revisão: Dia Dois

Ok, dia dois, este vai ser difícil de explicar.

No primeiro dia já fizemos a leitura e anotamos os problemas que havia em todos os capítulos, certo?

Agora temos a enorme lista de perdição. E o que fazer com ela? Dividi-la em dois grupos: problemas globais e problemas locais.

Problemas globais são aqueles que as soluções devem ser aplicada no rascunho inteiro ou grandes secções do rascunho, como a “a dinâmica destes dois personagens deve ser alterada” ou “o personagem principal deve pensar neste assunto periodicamente na história até um certo ponto.”

Problemas locais são os que as soluções só precisam de ser aplicadas para cenas específicas ou grupos de cenas especificas, como “ preciso de adicionar este desenvolvimento do enredo logo a seguir à página (vamos dizer página 394, porque é bem mais engraçado e lembra o Harry Potter)”

Problemas locais transforma-se em problemas globais quando, por exemplo, adicionas uma cena e tens de editar o resto do rascunho para poderes incluir essa cena, ou quando apagas tens de remover todas as menções dessa cena.

Depois de dividir a lista nessas duas categorias (e esta parte geralmente envolve mais anotações de problemas globais por que geralmente quando mudas um problema local crias um problema global) o que Roth faz é abrir o documento e divide o manuscrito em “movimentos” ou secções para tornar tudo mais fácil. Para cada secção escreve uma lista dos problemas globais que precisam de ser tratados. Talvez, não seja preciso de tratar deles em todas as cenas, mas é preciso ter noção que eles estão lá.

Depois, para cada cena ou episódio, faz uma lista das edições locais necessárias, podes até adicionar um comentário no próprio documento.

Depois, volta à lista e pensa acerca de qual será a secção mais difícil, ou qual o problema mais complicado e ataca esse primeiro. (Isso até é boa ideia, eu geralmente faço o contrário e podem adivinhar o que acontece? Quando lá chego já não tenho paciência).

Ela afirma que não se preocupa em editar fora de ordem, porque geralmente avança com uma secção de cada vez para não ficar confusa.  Quando acaba com cada secção, apaga os comentários extra que listam todos os assuntos globais dessa secção.

Tenta criar objectivos como “ esta semana acabo a secção 1”, o que significa que terás de fazer pelo menos uma cena todos os dias ou duas cenas por dia. Isto garante que te mantens-te motivado/a.

50 Dicas Para Escrever Melhor - Dica Nº6

Dica nº6: Evite que o perfeccionismo afecte a sua produtividade.

Primeiro, ninguém é perfeito.


Segundo, de certeza que existe imensos posts por ai acerca deste tema, mas de momento o único que me vem à mente é o de Veronica Roth, em que ela aconselha a cantarmos o mais alto e horrível possível.

Passo a explicar:

Ela caracteriza-se como sendo perfeccionista e por isso nas aulas de voz tinha, muitas vezes, dificuldade em descontrair. O professor dela aconselhou que ela tentasse cantar a escala o mais alto e mais horrível possível. Para se deixar ir completamente sem se preocupar como soava.

O mesmo aplica-se na escrita.

Deixa que os teus primeiros rascunhos sejam o mais – e agora vou utilizar a tradução literal da palavra – “merdosos” possíveis.

Ela chega a incluir o excerto do capítulo ”Shitty First Drafts” (Primeiros rascunhos merdosos) do livro “Bird by Bird” de Anne Lammott.

“Perfeccionismo é a voz do opressor, o inimigo do povo. Irá manter-te apertado e enlouquecido a vida inteira, e é o principal obstáculo entre ti e o teu primeiro (don’t make me say it again) rascunho. Eu acho que perfecionismo é baseado na crença obssessiva que és capazes de ultrapassar com cuidado todos os percalços da forma correcta, para que não tenhas de morrer. A verdade é que vais morrer na mesma e muita gente que não está sequer a olhar para os pés vai conseguir fazer muito melhor trabalho que tu, e divertir-se muito mais enquanto o fazem.”

Primeiro, o teu rascunho irá sempre, sempre, sempre precisar de ser revisto e possivelmente reescrito. Não pode ser evitado.

Segundo, o perfeccionismo prejudica o esforço criativo, não apenas porque impede o progresso, mas porque também restringe a criatividade.

Ou seja, o perfeccionismo faz com que a tua arte preste ainda menos. E se tivesses feito o primeiro rascunho sem tentar ser tão proteccionista talvez ele tivesse saído melhor. Este última frase é dirigida pessoalmente a mim.

Quantos mais soltos e selvagens os rascunhos forem, melhor eles são.

Tenta ver esse exercício, não como aceitar o erro, mas como abraçar a liberdade.

Parte disto é tentar encontrar uma forma de te perder no teu trabalho. Submergir-te nele e deixá-lo ser desorganizado, feio e doido.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

50 Dicas Para Escrever Melhor - Dica Nº4

Dica nº4: Inspire-se antes de começar a escrever

Esta é simples, certo? Quem é que nunca viu um filme e teve uma ideia alternativa para contar o mesmo tipo de história? Quem é que nunca ouviu uma música que parecesse digna de um soundtrack para uma cena romântica e não sentiu o cérebro logo a trabalhar? Quem é que nunca leu um livro e ponderou acerca de uma situação que ficaria bem na história?

Comigo começou tudo assim. 

Hoje, se tiver a ter problemas com a minha imaginação, paro de escrever coloco música e penso Ok! Se isto tivesse a acontecer contigo o que é que tu farias a seguir? Ou então, tens aquela cena que vem a seguir. Porque raio aquilo haveria de acontecer? O que é que a originou?

Por vezes, ouvir música enquanto vou na rua ou estou no ginásio, faz-me instantaneamente lembrar-me de algo que poderá vir a ser útil. Pequena imagens que aparecem muito rapidamente à frente dos olhos, mas que se concentrar-me nelas, dão origem a uma cena completa.

Inspiração é a base da escrita.

Revisão: Dia Um

Um conselho sobre revisão de Veronica Roth. Os dela podem nem ser sempre os melhores, mas serão sempre os mais divertidos.

Ela descreve os rascunhos dela como um “festival de caca”.

Os meus posso garantir que não ficam muito longe, principalmente no fim. Comecei a escrever com extrema atenção aos detalhes enquanto escrevia e fazendo enormes pesquisas antes de pôr no papel. Até ter lido que se calhar não estava a fazer muito bom trabalho. Eu sabia o que ia acontecer praticamente no livro inteiro, mesmo antes de sequer ter escrito o primeiro capítulo. Ou seja eu sabia o que vinha a seguir, o que eu queria que acontecesse, mas dava por mim bloqueada porque queria escrever de forma perfeita. Aqueles detalhes que não têm muita importância, mas que são essenciais para não parecer que estamos a despejar coisas eram por vezes o motivo dos meus bloqueios. Até que me deixei ir e deixei me escrever da pior maneira possível. Desde que aquilo sobre o que queria escrever ficasse contado.

Ela conta que existe partes que tão bem escritas e organizadas, enquanto outras partes faltam lhes foco e são simplesmente erradas. Partes que faltam, cenas que não escreveste mas que devias, personagens que deixaste de parte ou elementos do enredo que precisam de mais desenvolvimento.

Para este tipo deves te convencer a dar uma vista de olhos. Pode ter passado algum tempo desde a primeira vez que escreveste as primeiras cenas, por isso é uma boa ideia ver o que foi escrito anteriormente. Outra coisa que eu também faço, mas não devia, é voltar constantemente aos capítulos anteriores, por exemplo, eu quero referir algo no capítulo 13, mas tenho a sensação que já foi dito no 10 eu vou atrás e mudo o 10 para pôr no 13. Não devia porque só me estou a confundir mais, esses problemas devem ser resolvidos no momento que estás a rever. Porque ao estares a voltar atrás podes perder a tua linha de pensamento e esquecer o que ias  dizer a seguir.

O que Veronica faz é uma lista acerca dos problemas quando acaba o rascunho para não esquecer os problemas que já sabe. Alguns problemas:

- Todos os personagens, principais ou secundários têm um papel claro ou definido na história? Se eles parecem não estar presentes isso é algo explicado ou ponderado pelo personagem principal?

- Escreveste o fim de forma efectiva? No caso dela ou de alguns escritores, às vezes só descobrem o final a meio do livro, por isso a primeira parte do livro pode ser escrita direccionando para um fim completamente diferente do que actual.

- Como vai o movimento? Existe sítios onde anda demasiado rápido ou demasiado lento?

- Existe secções com “infodump”? Secções em que é a informação é despejada ao leitor tudo de uma vez em vez de ser revelada lentamente através do enredo. Acabei de descobrir recentemente que tinha realmente partes assim, por isso se forem daquele tipo de pessoas que não deixam ninguém ver o vosso trabalho, eu desaconselho.

- Existe personagens, cenas ou elementos do enredo que não se relacionam? Podes identificá-los perguntando te “se eu remover este evento ou personagem, serei capaz de escrever o final do livro sem perder muito?”

- Existe personagens, cenas ou elementos do enredo que precisas de juntar para o livro ser mais rico ou fazer sentido?

- Existe problemas lógicos ou inconsistências com a construção do mundo ou enredo?


- Existe alguma inconsistencia resultante de escrever cenas fora de ordem ou originadas da confusão do autor? Armas a desaparecer, personagens que estão em sítios que não deviam estar ou com nomes diferentes.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Como Rever

Um bom conselho do The Writing Center.

O conselho é mais para teses, mas houve algumas coisas que podem também ser aproveitadas para livros.

Porque razão rever é importante?
Escrever é um processo de descoberta e nem sempre produzimos o nosso melhor trabalho quando começamos. A revisão é uma oportunidade para olhar de forma crítica para o que escrevemos para vermos se:
  •  É realmente importante ser dito
  • Diz o que querias que dissesse;
  •   E se o leitor entende o que foi dito.

Praticamente toda a gente concorda que deves deixar esperar algum tempo desde que acabaste até voltares a olhar para o rascunho. Se eu tiver bastante empenhada sou do tipo de esperar umas horas, se não, sou mais do género de esperar umas semanas. Mas o objectivo é que se esperares, quando voltares ao rascunho serás mais honesto contigo próprio.

Nesta fase de revisão deves-te concentrar mais no problemas gerais do rascunho e não com as virgulas em si. Coisa que eu não faço, mas devia.

Whoa! Mas eu pensava que podia rever tudo num instante.
Ah! I wish! Se deixares esperar estarás a dar-te oportunidade para olhares para o que escreveste com os olhos mais frescos. É fantástico como aquilo que escrevemos e soava fantástico no momento acaba por provar ser uma gigante bosta quando lhe damos uma oportunidade para incubar. A sério é tipo a cena dos fungos. Quanto mais tempo deixas a comida a arejar, mais bichinhos vão aparecer.

Mas trabalhei tanto no que escrevi que não posso dar-me ao luxo de deitar nada fora.
Se quiserem ser escritores polidos, eventualmente descobrirão que não podem dar-se ao luxo de NÃO mandar nada fora. Como escritores, ocasionalmente escrevemos muito material que precisa de ser mandado às urtigas. Até agora no meu manuscrito ainda não mandei nada essencial fora, mas eu sei que quando chegar a um capítulo que escrevi ele provavelmente vai embora. E eu até gostava do capítulo, era dramático com um certo nível de romantismo. Mas utilizando exagerados gestos, estilo à Max Irons, “It served no purpose”. Como escritores devemos estar dispostos a sacrificar bocados de escrita pelo bem da peça completa. Eu ainda estou para ver como isto vai voltar para me lixar no futuro.
Um truque é não baralhares muito o que produzes no primeiro rascunho, porque quanto mais produzes, mais precisarás de trabalhar quando a parte de cortar vier.

Mas às vezes eu revejo enquanto escrevo.
Ya! Eu também faço isso. Aparentemente não é de todo aconselhável, mas pode ser.
Como escrever é um processo circular, não é necessário fazer tudo numa ordem específica. Às vezes escreves algo e remendas antes de passares à frente. Mas presta ATENÇÃO: existem dois problemas com esse processo. O primeiro é que se revês conforme vais escrevendo nunca tens oportunidade de ver o trabalho como um todo. Outro problema é que podes entrar em curto-circuito com a tua criatividade—isso já me aconteceu. Se passares muito tempo a remendar o que está nessa página, podes perder algo que ainda nem sequer está na página.

Como faço o meu processo de revisão? Alguns conselhos.
·         Trabalha através do papel. Os meus professores de Pratical Resources, por acaso, uma vez perguntaram me qual é que eu achava melhor. No papel ou no screen? Ao que eu respondi papel, porque o monitor cansa-me os olhos e aborreço-me mais depressa. Mas também coisas que parecem invisíveis no monitor costumam aparecer com mais nitidez no papel.
·         Lê em voz alta. Para poderes ver como as coisas fluem.
·         Não tentes fazer tudo ao mesmo tempo, pois podes começar a ficar cansado/a e problemas que detectarias tornam-se invisíveis.

Preocupações
O que se pode meter no meio de uma revisão?
Não te apaixones pelo que escreveste. Too late! ‘Tá feito. Mas se o fizeres tornarás-te hesitante em mudar, mesmo que não esteja excelente. Não ajas como se tivesses casado com a tua escrita. Age mais como se tivesse a namorá-la, vê se são compatíveis e descobre como é no dia a dia.

Como posso tornar-me muito bom a rever?
Faz muitas vezes. E…
·         Quanto mais produzires mais podes cortar.
    Quanto mais conseguires imaginar-te como o leitor, a ler pela primeira vez, mais fácil se torna para descobrires problemas.
·         Quanto mais exigires em termos de claridade e elegância, mais clara e elegante será a tua escrita.

Como é que eu revejo em termos de frases?
“Procura por sítios onde te baralhas ou perdes no meio da frase. É claro que é preciso de ser remendado. Procura sítios onde ficas distraído/a ou aborrecido/a – onde não consegues concentrar-te. Esses sítios são onde provavelmente perdeste a concentração na tua escrita. Corta as palavras extras e as coisas vagas. Procura a mais ínfima falha na tua leitura,  a mais pequena falha de energia ou concentração enquanto dizes as palavras… a frase deve estar viva.” (Peter Elbow, Writing with Power)
  • Procura sítios onde começaste a frase da mesma maneira mais do que duas vezes em ocasiões consecutivas e procura formas alternativas de escrever as mesma coisa OU combinar as duas frases.
  • Verifica a variedade das frases. Se duas frases seguidas começam da mesma forma (exemplo: Sujeito e verbo) tenta utilizar outro padrão.
  •  Aponta para precisão na escolha de palavras. Não te contentes com o melhor que consegues pensar no momento, utiliza um dicionário se for preciso.
  • Utiliza verbos específicos – substitui frases compridas com esses verbos. Por exemplo, “Ela argumenta a importância da ideia” substitui por “Ela defende a ideia”.

50 Dicas para Escrever Melhor - Dica Nº3

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Pesadelo da Revisão

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Como basicamente tudo o que vou andar a fazer nos próximos dias é editar não se admirem se eu só escrever sobre revisões e edições.

AH! A minha colecção de Mortal Instruments (Instrumentos Mortais de Cassandra Clare) chegou hoje. Vou finalmente poder começar a ler. Depois eu conto-vos se gostei.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

50 Dicas Para Escrever - Nº1

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Pontos de Exclamação!!!!!

Mark Twain diz para nunca utilizarmos pontos de exclamação, é como rirmos da nossa própria piada. Não, na verdade não é Mark Twain que diz isso, mas o "Me" de "Marley&Me" (está na minha lista de livros para ler, mas nunca li. Só vi o filme).

O que Mark Twain diz é qualquer coisa do género "O narrador de uma anedota nunca censura o objectivo da piada; ele grita-a sempre. E quando a imprime, em Inglaterra, França, Alemanha e Itália, ele coloca-a em itálico ou com um ponto de exclamação, e às vezes explica em parênteses. Todas estas formas são deprimentes e dá vontade de renunciar a piada e viver uma vida melhor."

MUITO DRAMÁTICO!!!! 

Com a quantidade de coisas que já li, não fazem ideia da quantidade de escritores que têm problemas com pontos de exclamação, itálicos, negrito e pontos de exclamação. Ya! Eu disse duas vezes pontos de exclamação para fazer ênfase, muitos não gostam MESMO--- AH! Outros também não gostam do uso excessivo de CAPSLOCK. 

No blog de Rachelle Gardner, uma agente literária, ela até dá um bom conselho.
Para não dares a impressão que és um amador tenta utilizar este tipo de escrita com moderação. 

O que podes até fazer mesmo é: escreve tudo com um ponto final. Quando voltares a reler o teu manuscrito é que podes colocar um ponto de exclamação onde é necessário. Se por acaso falhares uma frase onde dantes terias posto um ponto de exclamação, mas agora já não colocaste é porque provavelmente não era necessário.

Outra escritora e editora que também possui um blog (nestes dias quem é que não tem?), Writing Widly Editing Services, também fala nisto.

O uso do ponto de exclamação serve para o escritor mostrar uma certa quantidade de entusiasmo. Se vais usá-lo em todos as tuas frases, vai dar a sensação que os personagens estão a gritar um com o outro. 

Mais ainda, o ponto de exclamação é suposto dar mais importância a uma certa frase, se todas as frases o tiverem basicamente são todas iguais.

Livros para jovens adultos ou infantis geralmente têm mais exclamações que os outros, porque os adolescentes são criaturinhas eufóricas e as crianças entusiasmam-se com tudo o que vêm, mas mesmo assim tenta não utilizar em demasia.

Tenta utilizar verbos ou nomes melhores em vez dos pontos ou então guarda-os para quando os personagens mandam SMS. 

Deixo aqui uma imagem do que é um ponto de exclamação se ainda não tiverem uma ideia.

domingo, 15 de setembro de 2013

A Mochila, Um dos Melhores Conselhos

E agora, o momento para o qual temos esperado... --- eu ando a escrever isto com plena consciência que neste momento ainda ninguém lê o meu blog. Até mesmo amigos e conhecidos devem pensar: "aquela pirou de vez. Eu bem sabia que não devia ter desistido da medicação". A eles quero responder: por favor, não leiam este blog com a minha voz na vossa cabeça ou nunca mais serei capaz de vos olhar nos olhos.

Certo. E o momento é... conselhos.
Pensei em começar com o número de palavras que se deve escrever, não imaginam o número de sites que existe acerca disso. E depois pensei: se eu ainda nem sei sobre o que escrever ou como escrever, o que vou fazer com um conselho acerca da quantidade de palavras? Por isso mudei de opinião e mudei para outra.

Por vezes estou a ler e penso, AH! Este conselho dá mesmo jeito, deve ser um dos melhores, mas logo a seguir leio mais e penso, não, este conselho é que é, e assim por adiante. Como não me decido acerca de nenhum deles mais vale começar por algum lado.

O conselho que Veronica (eu trato-a assim porque somos melhores amigas) mais refere é a mochila.
É um conselho mais para revisão, mas também serve para termos uma ideia do que escrever.
O conselho não é originalmente dela, mas de uma professora. Se fosse num texto formal ficaria assim "V. Roth, 2010, citado por S. Seliy, não sei quando"

Basicamente é isto:

Imagina que vais embarcar numa enorme viagem A PÉ no meio do nada e tens de colocar tudo o que precisas numa mochila.

Precisas de um secador? Não. Mesmo que o quisesses levar não havia fichas, certo? Desnecessário.

Ou seja, na escrita fazes o mesmo. É realmente necessário descrever tudo acerca do que o teu personagem faz? Ela foi à casa-de-banho a esta hora e a seguir lavou os dentes (não irias colocar isso no teu livro, mas é só um ponto exagerado). A cena é que não precisas de descrever tudo o que os personagens comem ou vestem ou fizeram o verão passado se não contribui para a tua história.

"Se não contribuem para a construção da personalidade dos teus personagens, tira"

Ou ainda por exemplo, imaginemos que existe uma arma na cena, mas não vai acontecer nada de especial com aquela arma, só está lá. Então tira. Não podes introduzir um elemento interessante como esse se depois não vai ter objectivo nenhum no resto da cena.

Eu por acaso não costumo ter muitos problemas com esta parte, muito pelo contrário tive de acrescentar muitas descrições porque basicamente as cenas ACONTECIAM. E quando voltei a ler pensei, isto é tudo muito giro, mas a personagem está a entrar num novo mundo, é preciso saber porque é que ela não para de olhar para todo o lado enquanto os outros falam.

Já leram Criaturas Maravilhosas? É um livro fixe, e óptimo para quem é fã de romances impossíveis. Mas tem umas freaking 600 páginas. Algumas vezes com coisas que eu sinceramente dispensava. Como o Ethan a tomar o pequeno-almoço, o Ethan a ir para a escola e qual o caminho que ele vai etc. Quando coisas assim acontecem eu geralmente desligo o cérebro automaticamente, continuo a ler, mas não presto atenção até algo de interessante acontecer.

Por isso, pensa sempre se os pontos menos virtuais contribuem para os pontos virtuais da tua história.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Conselhos Para Jovens Escritores

Algo sobre mim: eu não tenho amigos escritores. Nem sequer mantenho uma relação de amizade com os meus antigos professores de Português. Nunca fui publicada, nem tenho conhecimento acerca do ramo.

Mas uma coisa é certa: eu leio. E leio muito. E basicamente tudo o que leio absorvo e ponho em prática. Mesmo que por vezes o faça inconscientemente.

Por exemplo, dantes eu tinha vergonha de muitas coisas que escrevia. Achava-as demasiado emocionais, infantis ou que nunca iriam ter lugar na minha história--- Ah! Outra coisa sobre mim: eu escrevo. Escrevo desde os 9 anos. Quando me apercebi que os contos de fada não eram factos verídicos, e por isso a minha vida nunca seria tão fascinante quanto os heróis a faziam parecer. Desde aí comecei a inventar as minhas próprias histórias--- Voltando ao tópico. Mesmo nos meus cadernos de apontamentos, que para mim são quase tão secretos quanto o meu diário, por vezes evitava escrever coisas com medo de ficar embaraçada quando as relesse.

Um dia estava a ler o livro Beautiful Creatures (tradução Criaturas Maravilhosas) de Kami Garcia e Margaret Stohl--- Que fala acerca da personagem Ethan Wate que achava que nada de especial acontecia na sua terrinha aborrecida, até se mudar para lá a misteriosa rapariga que costumava aparecer nos seus sonhos, Lena Duchannes (rhymes with rain). O problema é que Lena não é uma rapariga normal, todas as raparigas da sua família herdam uma maldição que decide o seu futuro quanto estas fazem dezasseis anos. E vocês conseguem imaginar o resto, e se não conseguirem aconselho a lerem o livro porque vale a pena. Especialmente se adorarem um bom romance--- A personagem Lena também escreve. Está sempre a escrever. Até mesmo nas paredes ela escreve. E nem sempre são coisas com sentido, às vezes são apenas frases soltas. E eu pensei: se ela até escreve onde as pessoas podem ver, porque razão não sou capaz de escrever onde ninguém vai julgar? A partir daí escrevo tudo o que me vem à cabeça, por mais confuso e embaraçoso que seja. Escrever, escrever, escrever.

Outra razão pela qual estou a escrever este blog é porque ando a ler blogs de outros escritores e os conselhos que eles dão são realmente muito bons. Foi graças ao blog de Veronica Roth que consegui reunir coragem para trabalhar todos os dias na minha história. Mesmo quando não me apetece, basta ler uma página do blog dela e fico logo inspirada. O problema é que ela escreve em inglês. Maior parte desses blogs são em inglês. Cheguei a procurar coisas dessas em português e nada… não existe blogs com conselhos desses géneros… pelo menos que eu tenha conhecimento. Eu também sou impaciente e se algo não está na primeira página do motor de busca já não procuro mais. Mas cheguei a encontrar alguns que têm uma certa utilidade.

Então… eu sou portuguesa, mas tenho muito bom domínio do inglês. Tenho de ter para viver em Londres e tirar uma Licenciatura em Tradução. Por isso decidi que iria tentar traduzir alguns desses conselhos e explicar como eles me ajudaram na criação da minha obra--- que mais uma vez repito, não foi publicada nem sequer está em vias de…

Mas tentar não custa. Nunca se atinge nada sem trabalho.