Primeiro, ninguém é perfeito.
Segundo, de certeza que existe
imensos posts por ai acerca deste tema, mas de momento o único que me vem à
mente é o de Veronica Roth, em que ela aconselha a cantarmos o mais alto e
horrível possível.
Passo a explicar:
Ela caracteriza-se como sendo
perfeccionista e por isso nas aulas de voz tinha, muitas vezes, dificuldade em
descontrair. O professor dela aconselhou que ela tentasse cantar a escala o
mais alto e mais horrível possível. Para se deixar ir completamente sem se
preocupar como soava.
O mesmo aplica-se na escrita.
Deixa que os teus primeiros
rascunhos sejam o mais – e agora vou utilizar a tradução literal da palavra – “merdosos”
possíveis.
Ela chega a incluir o excerto do
capítulo ”Shitty First Drafts” (Primeiros rascunhos merdosos) do livro “Bird by
Bird” de Anne Lammott.
“Perfeccionismo é a voz do
opressor, o inimigo do povo. Irá manter-te apertado e enlouquecido a vida
inteira, e é o principal obstáculo entre ti e o teu primeiro (don’t make me say
it again) rascunho. Eu acho que perfecionismo é baseado na crença obssessiva que
és capazes de ultrapassar com cuidado todos os percalços da forma correcta,
para que não tenhas de morrer. A verdade é que vais morrer na mesma e muita
gente que não está sequer a olhar para os pés vai conseguir fazer muito melhor
trabalho que tu, e divertir-se muito mais enquanto o fazem.”
Primeiro, o teu rascunho irá
sempre, sempre, sempre precisar de ser revisto e possivelmente reescrito. Não pode
ser evitado.
Segundo, o perfeccionismo
prejudica o esforço criativo, não apenas porque impede o progresso, mas porque
também restringe a criatividade.
Ou seja, o perfeccionismo faz com
que a tua arte preste ainda menos. E se tivesses feito o primeiro rascunho sem
tentar ser tão proteccionista talvez ele tivesse saído melhor. Este última
frase é dirigida pessoalmente a mim.
Quantos mais soltos e selvagens
os rascunhos forem, melhor eles são.
Tenta ver esse exercício, não
como aceitar o erro, mas como abraçar a liberdade.
Parte disto é tentar encontrar
uma forma de te perder no teu trabalho. Submergir-te nele e deixá-lo ser
desorganizado, feio e doido.
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