E agora, o momento para o qual temos esperado... --- eu ando a escrever isto com plena consciência que neste momento ainda ninguém lê o meu blog. Até mesmo amigos e conhecidos devem pensar: "aquela pirou de vez. Eu bem sabia que não devia ter desistido da medicação". A eles quero responder: por favor, não leiam este blog com a minha voz na vossa cabeça ou nunca mais serei capaz de vos olhar nos olhos.
Certo. E o momento é... conselhos.
Pensei em começar com o número de palavras que se deve escrever, não imaginam o número de sites que existe acerca disso. E depois pensei: se eu ainda nem sei sobre o que escrever ou como escrever, o que vou fazer com um conselho acerca da quantidade de palavras? Por isso mudei de opinião e mudei para outra.
Por vezes estou a ler e penso, AH! Este conselho dá mesmo jeito, deve ser um dos melhores, mas logo a seguir leio mais e penso, não, este conselho é que é, e assim por adiante. Como não me decido acerca de nenhum deles mais vale começar por algum lado.
O conselho que Veronica (eu trato-a assim porque somos melhores amigas) mais refere é a mochila.
É um conselho mais para revisão, mas também serve para termos uma ideia do que escrever.
O conselho não é originalmente dela, mas de uma professora. Se fosse num texto formal ficaria assim "V. Roth, 2010, citado por S. Seliy, não sei quando"
Basicamente é isto:
Imagina que vais embarcar numa enorme viagem A PÉ no meio do nada e tens de colocar tudo o que precisas numa mochila.
Precisas de um secador? Não. Mesmo que o quisesses levar não havia fichas, certo? Desnecessário.
Ou seja, na escrita fazes o mesmo. É realmente necessário descrever tudo acerca do que o teu personagem faz? Ela foi à casa-de-banho a esta hora e a seguir lavou os dentes (não irias colocar isso no teu livro, mas é só um ponto exagerado). A cena é que não precisas de descrever tudo o que os personagens comem ou vestem ou fizeram o verão passado se não contribui para a tua história.
"Se não contribuem para a construção da personalidade dos teus personagens, tira"
Ou ainda por exemplo, imaginemos que existe uma arma na cena, mas não vai acontecer nada de especial com aquela arma, só está lá. Então tira. Não podes introduzir um elemento interessante como esse se depois não vai ter objectivo nenhum no resto da cena.
Eu por acaso não costumo ter muitos problemas com esta parte, muito pelo contrário tive de acrescentar muitas descrições porque basicamente as cenas ACONTECIAM. E quando voltei a ler pensei, isto é tudo muito giro, mas a personagem está a entrar num novo mundo, é preciso saber porque é que ela não para de olhar para todo o lado enquanto os outros falam.
Já leram Criaturas Maravilhosas? É um livro fixe, e óptimo para quem é fã de romances impossíveis. Mas tem umas freaking 600 páginas. Algumas vezes com coisas que eu sinceramente dispensava. Como o Ethan a tomar o pequeno-almoço, o Ethan a ir para a escola e qual o caminho que ele vai etc. Quando coisas assim acontecem eu geralmente desligo o cérebro automaticamente, continuo a ler, mas não presto atenção até algo de interessante acontecer.
Por isso, pensa sempre se os pontos menos virtuais contribuem para os pontos virtuais da tua história.
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