domingo, 27 de dezembro de 2015

Opinião Literária - A Chama ao Vento

Romances não estão, sem sombra de dúvida, entre os meus géneros literários preferidos. É por isso que quando pego num livro de romance este é geralmente histórico ou um clássico. Jane Austen é fantástica a abordar problemas de feminismo -- da sua altura -- e distinções de classe e não me envergonho de gostar dela.

Esta retinência é em pegar nestes livros, sempre com medo que seja muito ligados ao romance e pouco há História, levou-me a adiar esta leitura. Mas "A Chama ao Vento" foi escrito por uma colega da Coolbooks e já tinha lido boas críticas ao seu trabalho.

Titulo Original: A Chama ao Vento (já foi mencionado)
Autora: Carla M. Soares (aka colega da Coolbooks)
Editora: Coolbooks (não acabei de dizer?)
Páginas: 430 (na versão eWook)

Sinopse: Um corpo anónimo é lançado à água num misterioso voo noturno sobre o Atlântico…

Vivem-se os anos mais negros da Segunda Guerra Mundial, e a vida brilha com a força e a fragilidade de uma chama ao vento. Na Lisboa de espiões e fugitivos dos anos 40, João Lopes apresenta à sua amiga Carmo um estrangeiro mais velho, homem de segredos e intenções obscuras que depressa a seduz, atraindo os dois jovens para uma teia de mistérios e paixões de consequências imprevistas.
Anos volvidos, Francisco, jornalista, homem inquieto, pouco sabe de si próprio e menos ainda de Carmo, a avó silenciosa que o criou, chama apagada de outros tempos. É João Lopes quem promete trazer-lhe a sua história inesperada, história da família e dos passados perdidos nos tempos revoltos da Segunda Grande Guerra e da Revolução de Abril. Para João, é uma história há muito devida. Para Francisco, o derrubar dos muros que ergueu em torno da memória e da própria vida.
Um retrato íntimo de Portugal em três gerações, pela talentosa escritora de Alma Rebelde.


Opinião: Depois de ler tantos livros em inglês (por serem mais baratos e fáceis de adquirir) comecei a sentir que a minha escrita, tanto nas traduções da vertente inglês-português como criativa, estava a ser indubitavelmente prejudicada, pelo que decidi escolher algo para ler na língua portuguesa. “A Chama ao Vento” foi uma excelente escolha. Carla M. Soares escreve num português limpo, fluido e rico de uma forma não pretensiosa e complicada com o qual tenho por vezes o infortúnio de me deparar.

Devo admitir que não foi uma história que me agarrou logo nas primeiras páginas, mas as alterações entre a atualidade e o passado intrigavam-me e deixavam-me cheia de curiosidade; cada vez que reparava num flashback a caminho abria de repente os olhos e perguntava-me o que raio se estaria ali a passar. Foi isto que me fez continuar e, quando cheguei ao terceiro capítulo reparei que já estava tão submersa no livro que não seria capaz de o pousar mesmo que necessitasse, já tanto o passado como o presente me fascinavam de forma igual.

Apesar da narrativa ser feita inicialmente na perspetiva de um homem, achei que a autora conseguiu captar bem a essência do seu personagem, Francisco, um homem fechado e distante -- resultado de falta de conhecimento de si mesmo -- e apesar de não apreciar a maneira como deixa Teresa do lado fora, compreendo as suas razões. 

Teresa, é sem dúvida, a minha personagem preferida do rol de mulheres descritas. É uma mulher dos tempos modernos que, como qualquer mulher apaixonada, abdica um pouco da sua própria felicidade e dos seus desejos para manter-se ao lado do homem que ama numa esperança contínua que ele mude ou recompense tal dedicação com uma parte de si mesmo, sem no entanto fechar os olhos ou perder a dignidade quando se apercebe que demais é demais e por vezes é necessário desistir daqueles que não querem ser salvos. 

A narrativa do passado acontece no seio da Segunda Guerra Mundial, do qual Portugal não fez parte. Adorei o contraste da autora ao descrever Lisboa como uma cidade bela e antiquada, mas como ao mesmo tempo representa Portugal como um país retrógrado e lento a aceitar os novos tempos, assim como a sua reflexão da ignorância vivida pelo país face à guerra que decorria no mundo lá fora.

“A Chama ao Vento” também aborda tópicos como a ingenuidade de um primeiro amor, mas é aqui que confesso fiquei um bocado desiludida com a razão que apagou a chama de Carmo (perder um amor é algo duro, mas quando esse é o único motivo que faz com que uma pessoa se torne num zombie, eu perco um pouco o respeito por tais mulheres, especialmente quando estas têm pessoas a depender de si; como o filho dela. Gostaria que Carmo tivesse mais envolvida em assuntos políticos e fosse as atrocidades que sofreu que a tivessem deixado assim).

Também gostaria de ter ficado a saber mais sobre a mãe de Francisco. O que fez com que ela não voltasse depois de ter tentado voltar ao país? O que faz uma mãe abandonar o filho?

No entanto, entendo que os tempos eram outros, força não era algo encorajado nas mulheres e nem todos os personagens são obrigados a agir como desejamos, são essas falhas que os tornam autênticos e nos fazem conectar com eles e ler uma página atrás da outra.  

"A Chama ao Vento" pode ser adquirido no site da Coolbooks. Também podes ler um excerto aqui.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Playlist de "Um Natal Assombrado"

Quem já teve o prazer, ou desprazer, de passar comigo esta época natalícia sabe que, tal como a Zhao, às vezes deixo-me levar um pouco pelas decorações (sem virar, como se diz na minha família, "uma generala"). 

Mas mais do que decorações de Natal, o que gosto mesmo são músicas de Natal e algumas inspiraram-me bastante na escrita de "Um Natal Assombrado", um conto de Natal referente ao mundo criado eM "Sombras" que pode ser adquirido gratuitamente no site da Smashwords se ainda não tiveste o prazer de ler.

Tentei escolher versões mais recentes (e indie) que se integravam bem a este mundo visionado. 

Portanto -- sem querer estragar a história aos que ainda não leram, aconselho a ler primeiro o conto antes de ler a playlist que serviu de inspiração -- fica aqui uma lista do soundtrack que o acompanham.

"Little Drummer Boy" - Sean Quigley 
O inicio da história quando as venatori estão a fazer compras de Natal.



"Up on the Housetop" - Reba McEntire
Esta é a música que imagino que os venatori estejam a ouvir enquanto decoram a árvore de Natal.



"Winter Song" - Sara Bareilles & Ingrid Micaelson
O meu momento preferido, o de Lilly e de Liam. Esta música ganhou uma competição renhida com a "Love is Christmas" de Sara Bareilles (que preferi usar para um pequeno texto que escrevi para a Coolbooks), mas ganhou pelas palavras.

"December never felt so wrong
Because you're not where you belong
Inside my arms"



"Frosty the Snowman" - Zee Avi
Zhao não fica contente com o pedido de Nolan, e esta é a música que imagino que tenha obrigado as outras a ouvirem enquanto partem. É natalícia, mas um tanto sombria sem perder um certo toque de alegre (estranha, não é?).



"Mary, Did You Know?" Pentatonix
Eu não sou religiosa, mas Ada é bastante e é por isso que quando vê um coro da igreja a cantar, Ada deixa-se ficar para trás para apreciar. Se eu tivesse de escolher uma versão religiosa de alguma música de Natal que admirasse, seria esta. 



"Carol of the Bells" - The Bird and the Bee
Carol of the Bells dever ser das músicas mais sombrias de Natal e é por isso muito utilizada em filmes de terror natalícios (que obviamente tenho de adorar porque junta terror com Natal. Que mais posso pedir?) e é por isso uma boa música de fundo a momentos de espera.



"I want a Hippopotamus for Christmas" - A Great Big World
O Natal é suposto ser uma época de alegria, e não queria que este conto fosse muito sombrio (fica para outra altura quando decidir partilhar as origens de Natal e o assustador Krampus), por isso a cena em que os venatori perseguem os yuletides tentei fazer com que fosse certamente cómica, juntamente com a obsessão de Zhao em não deixar estragar nada no Natal. O quão hilariante não é imaginar uma perseguição com esta música?



"Home for the Holiday" - Sugar & The Hi Lows

SPOILERS

A missão está terminada e as venatori poderão finalmente ir para a casa, mas Ada tem um último pedido... 


"Have Yourself a Merry Little Christmas" - Digital Daggers
Digital Daggers é uma banda que acompanha a escrita de "Sombras" e da sua sequela de forma rigorosa. Adoro as suas batidas e o seu toque sombrio, portanto não conseguia escolher melhor música para descrever o jantar de Natal.

"Faithful friends who are dear to us
Will be near to us once more"



"Run Rudolph Run" - Chuck Berry
Imaginem os venatori a correr pela casa inteira ao som desta música. É perfeita para uma boa corrida!



"Silver Bells" - Digital Daggers
O Natal está a terminar e Lilly perde um pouco de tempo para refletir no que perdeu e no que ganhou. E para reparar num pequeno presente que alguém lhe deixou.



Deixem as vossas opiniões acerca de "Um Natal Assombrado" no Goodreads
E para quem ainda não teve o prazer de se aconchegar com "Sombras" neste inverno, não percam esta oportunidade e comprem-no aqui. Ou leiam o excerto disponível aqui.

A TODOS UM BOM NATAL (ASSOMBRADO)!

sábado, 19 de dezembro de 2015

Um Natal Assombrado Book Trailer

Falta pouco até ao Natal, portanto enquanto esperas pega num chá de limão (ou outro sabor de eleição), um cobertor, senta-te à frente da lareira e aconchega-te com "Um Natal Assombrado", um livro referente ao mundo criado em "Sombras"
Vais ver que o Natal em Venator não é assim tão diferente do teu...Ou talvez seja, descobre!

Também podes dar uma vista de olhos neste teaser trailer de "Um Natal Assombrado". Prepara-te!



"Sombras" ainda pode ser adquirido com 10% de desconto no website da Coolbooks. Lê um pequeno excerto aqui.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Um Natal Assombrado


Na altura do Halloween desejava ter feito um pequeno conto alegórico a esse tema, mas infelizmente ainda estava um pouco atrasada nas edições da sequela de "Sombras" e preferi usar esse tempo para continuar a trabalhar; visto que o Dia das Bruxas é um tema um pouco mais importante para a história, também não quis correr o risco de deixar escapar muito. 


No entanto, agora desejava deixar-vos um pequeno presente de Natal e em vez de vos presentear com um conto de Halloween presenteio com um conto de Natal. 

Se algumas vez ponderaste no que se esconde nas sombras no dia de Natal (ou pensavas que os monstros tiravam férias?) e na maneira como Lilly e os restantes venatori o celebram, tenho o prazer de anunciar que esse momento chegou .

Distribuído pela Smashwords, "Um Natal Assombrado" chegou agora à tua Internet e adivinha? É grátis! 

Descobre como os personagens de "Sombras" festejam o seu natal aqui.

E não te esqueças de dar a tua opinião e partilhar as tuas tradições de Natal no Goodreads.

A TODOS UM BOM NATAL (ASSOMBRADO)!

"Sombras" ainda pode ser adquirido no website da Coolbooks com 10% de desconto. Lê o pequeno excerto aqui.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Final da revisão e 10% de desconto em "Sombras"

Hoje considero-me de parabéns e posso finalmente descansar um pouco o meu olho zarolho (ontem fui ao oftalmologista e preciso de esperar mais umas duas semanas para ver se isto sara sozinho). É com prazer que confirmo o final das edições da sequela de "Sombras" e o manuscrito foi já enviado à editora.

Mas não comecem a celebrar já, ainda existe muito trabalhinho a fazer... No entanto, para aqueles que esperam tão ansiosamente esse momento está cada vez mais próximo.

Para os que ainda não leram tenho então uma boa notícia: "Sombras" está com 10% de desconto. Comprem um presente de natal a vós próprios e preparem-se para o que aí vem. 

Se não gostarem de adquirir livros um pouco às escuras, sempre podem ler o excerto.

De que estão à espera?