Algo novo que descobri: quando parece que não tenho imaginação e que sentar à frente do meu computador parece ser o maior pesadelo da minha vida tenho duas opções:
- escrever
- ou ficar a pensar sobre escrever e sentir-me culpada por não estar a fazer nada.
Ultimamente tenho tentado a primeira opção e para minha surpresa, até consegui escrever. É claro que a primeira linha é sempre uma porcaria, mas a verdade é que eu preciso de começar por algum lado. Escreveste aquela frase que não tem pontas por onde se pegue, e depois? A imaginação veio logo a correr nas frases a seguir e acabaste por inventar um enredo que nem tinhas imaginado em primeiro lugar. Talvez aquela frase, ou aquele parágrafo, ou aquela página te vá dar muito trabalho a editar, mas a boa notícia é: como não estás de rabo sentado sem fazer nada e estás a avançar na tua história, irás ter muito mais tempo para te focares na edição.
Outra coisa que descobri depois de ter feito isso é que me sinto bem. Realmente bem. Não fico com aquele bichinho a remoer-me de culpa por não ter escrito hoje, não fico a pensar no que vou fazer da minha vida se não tiver uma forma de incorporar aquela cena naquela parte da história, e não fico a ruminar como vou avançar até chegar à parte que quero mesmo escrever. O resultado é uma pessoa muito mais bem disposta e orgulhosa de si mesma.
Só uma coisinha para vos pôr a pensar.
Agora ao que me levou mesmo aqui. A verdade é que tenho amigos fantásticos que sabem acerca da minha paixão pela escrita e dos meus planos de futuro, e que se lembram de mim cada vez que se deparam com alguns conselhos de escrita na Internet. E uma amiga, muito recentemente, enviou-me imensos. Apesar de ainda não ter tido a oportunidade de dar uma vista de olhos em todos, decidi partilhar um deles convosco.
1.Aumenta
o número de palavras: se ainda não estás a escrever todos os dias, começa. Escreve
seis dias por semana. Começa com 100 palavras. Quando isso já for confortável,
vai até às 200 e quando deres por ti já estás a escrever como um menino
crescido. A maior parte de nós não consegue escrever a um ritmo profissional. É
preciso treinar. (De momento sinto-me confortável em escrever 1000 palavras por dia se não tiver interrupções de terceiros, por isso ando todos os dias a tentar puxar-me até às 1500. Por vezes resulta, por vezes não. Mas eu apenas conto as palavras que escrevo na história mesmo, não conto com as do blog, nem com as do trabalho da escola, nem com as que perco a planear e a delinear o enredo da história.)
2.
Faz um blog: escrever num blog tem os seus benefícios, mas um dos maiores é que
te ajuda a treinar para o teu ritmo profissional. Mata vários coelhos de uma só
cajadada. O blog pode ajudar-te com a tua imagem de autor e plataforma, mas
também ajuda-te a treinar para cumprires prazos e ajuda-te na tua conta diária de
palavras. Um blog ajuda-te a escrever de forma mais simples, rápida e linear.
3.Lê
em géneros que não lês normalmente: é possível apontar os escritores que lêem
apenas no género que escrevem. Sai da tua zona de conforto e lê outro género. Irá
ajudar-te envolver novos elementos para a tua ficção que irá ajudar-te a
sobressair no meio da competição.
4.
Entra em concursos: Concursos dão-te prazos e colocam o teu trabalho para ser
submetido a criticas de colegas. (A não ser que sejas como eu e odeies competição. Odeio mesmo, e a razão pela qual odeio é porque odeio perder, mesmo depois da competição ter terminado - e até posso ter ganho - continua a sentir-me stressada com a situação. Mas o que eu faço é: compito em silêncio. Se não tiver ninguém consciente da minha competição, obrigo-me a termina-la mas sem aquela pressão. É quando funciono melhor. Mas lembra-te que competir em silêncio não te leva às críticas e crescimento como escritor do que uma em que as outras pessoas também tão conscientes.)
5.Escreve
num género que não costumas escrever: saíres do teu próprio género
ajuda-te a desenvolver novos músculos. Podes até descobrir que o género que
inicialmente escolheste não é o melhor. (Apesar do meu género sempre se ter
baseado na área juvenil e infanto-juvenil,
no inicio estava mais inclinada para a feitiçaria e tempos medievais.
Resultou. Escrevi um rascunho inteiro acerca disso, mas nunca me pareceu
completamente certo, e talvez tenha sido porque ainda era nova ou por outras
razões, mas nunca o terminei por completo. Depois decidi ir para o tema mais
geral que é o drama adolescente, e ainda para a dinâmica de irmãos, nenhum dos
dois resultaram. Até ter encontrado o meu santuário que é ficção paranormal.
Não significa que não vá tentar escrever noutros, significa que até agora este
foi o que funcionou melhor. Porque se formos a ver, o outro rascunho que
terminei também tinha os seus elementos paranormais, apenas precisava de
redescobrir aquilo em que eu realmente era boa. Mas precisas de tentar outros para saberes que esse é o que é definitivamente certo.)