Há tempos escrevi um magnífico post acerca dos hábitos de ler e escrever (*clears throat* não é nada modesta), um simples aparte de como ler livros de ficção me ajudava a entrar no espírito da escrita. Continuo fiel ao que escrevi: ajuda. Mas sabem o que ajuda ainda mais?
Ler sobre escrever.
Sombras foi um livro que demorou
bastante tempo a ser desenvolvido para chegar ao produto final. Primeiro veio a
imagem que já expliquei como surgiu, descobrir de onde essa imagem vinha,
descobrir qual o melhor cenário que podia dar vida à minha história e criar todas
aquelas personagens com distintos backgrounds e personalidades – é verdade que
baseá-los de certa forma em pessoas verídicas ajudou imenso… mas mesmo assim
(ohhh… o que eu fui dizer! Para todos os meus conhecidos que lêem este blog:
pessoal, boa sorte agora a descobrir o quem é quem das personagens).
Antes de ter aquilo a que eu me sentia
confortável em chamar “primeiro rascunho”, o meu livro de apontamentos estava
repleto de rabiscos e rascunhos e frases
de uma linha para descrever cenas por escrever para mais tarde ser
incluir na história.
Isto tudo até ter descoberto
Veronica Roth, a minha musa nos conselhos sobre escrita. Porque me refiro a ela
mais uma vez? Devem-se estar todos a perguntar. A internet está cheia de
conselhos de outros escritores, de melhor renome que ela, porquê esta escolha
peculiar? Primeiro, tem haver com o facto de ter gostado imenso da trilogia
Divergente; isso fez com que me sentisse curiosa em cuscar o blog dela à
procura de novidades sumarentas. E segundo, a sua escrita no blog; é informal,
é impessoal, mas é de fácil leitura. Tal como já expliquei neste post: escrever
já é um processo árduo, a última coisa que eu quero é ter de decifrar as
palavras de um escritor presunçoso que gosta de escrever tudo floreado quando
eu estou à procura de algo técnico e directo ao assunto.
Mas foi no blog de Veronica que
descobri a minha inspiração. Creio que já disse: cada vez que me sentia menos
inspirada para escrever, quando estava num daqueles dias em que Stephen King me
colocaria na categoria de amador “status:
à espera de inspiração”, sentava-me a ler os conselhos dela e cinco minutos
depois a vontade de colocar esses conselhos em prática estava de volta.
É por isso que os meus
auto-presentes de natal deste ano foram livros sobre escrita para poder
melhorar o meu “não tão bom” primeiro rascunho da sequela de Sombras.
Eu não conheço a vossa opinião
enquanto leitores ou escritores, mas se são daqueles que acham que a tendência
para escrita é algo com que se nasce e que não se aprende, eu gostaria de ler
os vossos trabalhos e poder julgar como cresceram desde que começaram. Eu posso
garantir por experiência própria que o livro que terminei aos quinze (algo que
nunca será visto aos olhos do público pois não desejo cometer suicídio de
carreira quando ainda agora comecei) não se compara a Sombras em termos de
qualidade. É óbvio que a minha própria maturidade e prática contribui para tal,
mas a muito devo à auto-aprendizagem que fiz sobre o assunto. Não é à toa que
existem cursos de escrita criativa, e apesar de nunca ter feito nenhum acredito
que são úteis.
Alguns escritores nascem com os
deuses da escrita a sorrir-lhes, mas para os pobres infelizes que não tiveram
tal sorte resta seguir o caminho mais difícil e marrar nos livros.