Dica nº19: Empresta a mente a todos os teus personagens.
Aqui está algo que, na minha opinião, por vezes torna-se difícil de
executar.
Muitas vezes quando leio um livro e por alguma razão não consigo
conetar com os outros personagens deve-se apenas a um facto: não têm
personalidades próprias. O enredo de personagens acaba por ser apenas uma fotocópia
uns dos outros e onde só as suas aparências parecem mudar. Isto acontece
particularmente quando o autor tenta escrever em diferentes POV (Point of view –
Pontos de vista) e torna-se bastante difícil de destingir quem participa no
quê e quem foi o responsável por ter dado cabo do couro a quem se não tivermos
o vilão a gritar pelo nome do personagem vezes sem conta.
Eu digo isto sabendo perfeitamente que também caiu vítima
desta falha vezes sem conta. É difícil não utilizarmos versões nossas para todos os nossos personagens, afinal de contas são fruto da nossa imaginação. Mas se
existe algo do qual me orgulho é das repetidas vezes que as pessoas me dizem
que não sou aquilo que elas esperavam de mim, que pareço mais de uma pessoa
enfiada num só corpo (não, ainda não fui diagnosticada com múltiplas
personalidades). O ser humano é muito mais complexo do que preto no branco,
queres mesmo acreditar que não consegues ver uma situação de perspectivas
diferentes e utilizando duas mentes?
Um exercício que me ajudou bastante quando estava a tentar criar
mais de vinte personagens (já perdi a conta a quantos são) foi escrever a mesma
cena de “Sombras” nas perspetivas de diferentes personagens e ver onde estava a
repetir-me demasiado na escrita e onde eles se diferenciavam.
Nota: é onde eles se diferenciam que te deves focar.
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