sábado, 23 de novembro de 2013

Os 12 Presentes de Edição para o Natal - Dia 5

Linhas de abertura


I remember that it hurt. Looking at her hurt. ~ Rusty Borgens do filme Stuck In Love

Stephen King passa meses a pensar nas frases de abertura. 

Não importa o que escreveres se não colares os leitores desde o início, ninguém se vai dar ao trabalho de ler o que escreveste. É um trabalho injusto, passamos séculos a desenvolver isto tudo e até podemos ter um trabalho fantástico, mas se a primeira página for menos do que cativante, ninguém quer saber. E porque haveriam, certo? Com um filme mau pode ser no máximo duas horas, mas num romance estamos a falar de mínimo de dez horas. Ninguém quer chegar ao fim e dizer: Ok, isto foi um desperdício de tempo! (Então porque é que os professores nos obrigam a ler aquelas coisas horrorosas nas aulas de português?)

Já perdi a conta à quantidade de websites que li acerca do assunto, mas dizem todos basicamente o mesmo.

Writer's Digest: How to write a great opening line
Creative Writing with the Crimson League: Writing your Novel's first line
GoodConten,co: How to start an article with a killer opening line

Parece mais fácil do que é. Mas um boa linha de abertura – não, uma óptima linha de abertura vale a pena. 

Podes começar a escrevê-la e achar que está perfeita, ou podes tentar reescrevê-la cinquenta vezes. Faz o que precisares. Mas não te tornes demasiado técnico/a. Este é um dos processos intuitivos que precisas de trabalhar.

Se a primeira linha está a dar muito trabalho, salta-a. Por vezes os escritores só conseguem lembrar-se da primeira linha depois de terem escrito a última.

A primeira linha vale tudo. Marca o tom do livro, conecta o leitor com o personagem ou o narrador, dá pistas para algo que vai acontecer. Tu queres que o leitor se incline, olhe para as palavras e assente enquanto diz “Uau! Isto vai ser bom.”

Podes tentar este site para inspiração ou dar uma vista de olhos em algumas linhas de abertura de outros escritores.

“It is a truth universally acknowledged, that a single man in possession of a good fortune, must be in want of a wife.” 
 Jane Austen, Pride and Prejudice

“It was a bright cold day in April, and the clocks were striking thirteen.” 
 George Orwell, 1984


“If you're going to read this, don't bother.” 
 Chuck Palahniuk, Choke

“Mr. and Mrs. Dursley, of number four Privet Drive, were proud to say that they were perfectly normal, thank you very much.” 
 
J.K. Rowling, Harry Potter and the Sorcerer's Stone

“My name is Salmon, like the fish; first name, Susie. I was fourteen when I was murdered.” 
 
Alice Sebold, The Lovely Bones

“When the phone rang, Parker was in the garage, killing a man.” 
 Richard Stark, Firebreak

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